A humanidade perdeu, na manhã desta segunda-feira, uma de suas vozes mais vibrantes em favor do amor, da paz e da comunhão entre os povos. Jorge Bergoglio demonstrou, na prática, que a humildade não diminui o esplendor do trono de seus antecessores e que, em um mundo manchado pela desigualdade, é na servidão aos menos favorecidos que repousa a verdadeira liderança daqueles escolhidos para protagonizar jornada tão relevante sobre a Terra.

Francisco, que fez escolhas simbólicas e práticas em favor da simplicidade, deixou este mundo após um pontificado marcado pela oposição intransigente às guerras, a todo tipo de intolerância, à exploração do homem pelo homem e à ganância que destrói nosso planeta. Será lembrado para sempre como exemplo de humildade e desapego — um Papa que promoveu, como nenhum outro antes dele, o protagonismo das mulheres, o ecumenismo, o respeito e o acolhimento às minorias historicamente negligenciadas, e os valores que, acima de qualquer crença, devem nortear os caminhos da humanidade.

Estamos certos de que Bergoglio encontrará todas as portas abertas nesta nova etapa da existência. Mas sofremos — e, acreditamos, ainda sofreremos — sua ausência em um momento tão crítico para a humanidade. Que, onde estiver, repouse em paz e serenidade, finalmente livre do peso do corpo, veículo transitório de nossa passagem pelo mundo.

Solidarizamo-nos com toda a comunidade católica, dentro e fora de Esparta, e, em memória do homem público, do líder mundial e do ser humano exemplar, admirado por tantos — e por nós —, a Diarquia de Esparta decreta luto oficial de sete dias.

Que as bandeiras a meio-mastro, símbolo do luto da Pólis, também anunciem a chegada de um herói ao pós-vida. Que sua apoteose seja gloriosa e que as marcas que deixou em sua Igreja e no mundo perdurem pelo tempo dos tempos.

Acrópole dos Tronos, Cidade-Estado de Esparta
22º dia do Mounykhion do 4º ano da 700ª Olimpíada,
10º dia de março do ano de 2025 do Tempo Comum,
17º ano da fundação da Pólis